Absenteísmo nas empresas: o que é e como diminuir esse indicador?

Absenteísmo nas empresas: o que é e como diminuir esse indicador?

Você já ouviu falar em absenteísmo? Esse indicador de RH é uma preocupação para empresas de diferentes portes e segmentos, e desperta a atenção da gestão com frequência.

Isso porque, os índices de ausência em uma equipe podem afetar a produtividade do time e os resultados do negócio. E, por essa razão, conhecer tudo sobre essa métrica pode ser a virada de chave que a sua organização precisa para melhorar suas métricas.

Neste artigo, você vai entender o que é absenteísmo, suas causas, principais consequências de um alto índice e como diminuí-lo. Continue a leitura para conferir:

O que é absenteísmo?

Com origem no termo latim “Absens”, absenteísmo significa estar fora, afastado, ausente. Aplicado ao mercado de trabalho, a palavra é usada para designar a ausência de colaboradores do ambiente corporativo e/ou de suas funções.

Esse indicador de RH observa faltas, atrasos e saídas antecipadas, considerando a pontualidade e assiduidade dos profissionais durante a jornada produtiva. Para isso, soma os períodos em que um colaborador se ausenta de suas funções, independentemente do motivo.

É importante lembrar que o absenteísmo faz parte da rotina corporativa e pode ser percebido em todas as organizações. O que deve ser avaliado pela gestão é se a taxa está dentro dos parâmetros tidos como normais ou se há algum ponto de alerta.

Isso porque a perda em horas trabalhadas pode acarretar em prejuízo na produtividade no trabalho e, até mesmo, na sobrecarga das equipes. Afinal, quando um profissional se ausenta, suas atividades precisam ser realizadas por seus pares, que acumulam demandas.

Por que é importante falar sobre esse indicador?

O índice de absenteísmo é um fator importante e que pode indicar como anda a satisfação dos funcionários de uma empresa. Afinal, contar com colaboradores engajados, comprometidos e que se sentem pertencentes à companhia torna o trabalho mais produtivo e saudável.

No mercado de trabalho moderno, fatores ligados à felicidade, ao bem-estar e ao senso de propósito são valores essenciais para a retenção de talentos. Portanto, quando esse indicador se eleva é importante que o RH volte a sua atenção para:

  • recorrência de afastamentos por adoecimento ocupacional;
  • acidentes por inadequação ou problemas com o espaço físico da empresa;
  • ocorrências de assédio ou discriminação;
  • aumento de adoecimento por saúde mental, entre outros.

Tenha em mente que o absenteísmo apresenta consequências reais para as organizações. Dentre as principais, estão a perda de produtividade, a realização de horas extras para repor a falta de uma pessoa e a necessidade de redirecionar demandas.

Além disso, eventualmente, pode gerar custos com a contratação de novos funcionários para o setor ou de uma substituição temporária.

Quais são os tipos de absenteísmo?

Existem diferentes tipos de absenteísmo, que variam de acordo com cada contexto e com a justificativa para a falta. Veja, a seguir, os 5 principais!

  1. Absenteísmo voluntário: ausência não justificada, portanto, sem amparo legal.
  2. Absenteísmo por doenças: amparado pelo atestado médico.
  3. Absenteísmo por patologia profissional: acidente de trabalho ou doenças ocasionadas pela profissão, amparado por atestado médico.
  4. Absenteísmo legal: amparadas em lei como licença maternidade, serviço militar, eleições.
  5. Absenteísmo compulsório: ocorrido em decorrência de ordem como suspensão, prisão etc.

Quais são as principais causas do absenteísmo?

Toda empresa bem sucedida visa conquistar equipes de alta performance e bons resultados. Para isso, é necessário confiabilidade, ética, colaboração mútua, delegação eficiente de tarefas e alinhamento de expectativas.

Ir na contramão disso pode ocasionar em diversos problemas, como o aumento do absenteísmo. Afinal, esse indicador costuma estar associado a fatores como saúde mental, falta de motivação, entre outros. Entenda melhor adiante.

Questões de saúde

Os problemas de saúde são uma das causas mais comuns que levam um funcionário a faltar, atrasar ou sair antecipado do ambiente corporativo.

Além de doenças crônicas, um profissional também pode se ausentar por doenças ocupacionais, que são as enfermidades relacionadas às más condições de trabalho. Lesões por esforço repetitivo, alterações na visão e, até mesmo, Síndrome de Burnout são alguns exemplos.

Imprevistos

Imprevistos acontecem e fazem parte da rotina. Filhos doentes, carro quebrado, acidentes de trânsito e enchentes são algumas situações não planejadas e que podem aumentar os índices de absenteísmo nas empresas. Isso sem falar em centenas de outras situações que fogem totalmente do controle das pessoas.

Falta de motivação

A falta de motivação também pode ser um grande agravante para o absenteísmo, especialmente quando o profissional não se sente valorizado em seu trabalho ou há incompatibilidade de propósitos.

Entre as principais causas da desmotivação, há também a falta de plano de carreira e oportunidades de crescimento, jornada de trabalho excessiva e baixa remuneração. Além do clima desagradável e hostil, relacionamento interpessoal ruim e conflitos internos.

Estresse e desgaste emocional

Outros fatores que contribuem para o alto índice de absenteísmo são o estresse e o desgaste emocional causados pela sobrecarga de trabalho. Para mais, as doenças psicossociais e baixa concentração e produtividade podem ser resultados dessas causas.

Vale observar que, de acordo com dados do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), cerca de 43% dos casos de afastamentos no trabalho são ocasionados por doenças mentais. Então, tenha atenção para esse fator!

Como calcular o índice de absenteísmo no trabalho?

Para calcular o índice de absenteísmo é necessário, primeiro, realizar a soma da quantidade total de horas que deveriam ser cumpridas no mês.

Por exemplo: uma empresa com 20 colaboradores, com jornada de trabalho de 8 horas por dia, num mês com 22 dias úteis deve trabalhar 3.520 horas. Individualmente, cada profissional deve cumprir 176 horas trabalhadas ao final do mês.

Em seguida, é necessário contabilizar as horas de ausência do colaborador ou da equipe, incluindo atrasos, saídas antes do horário e faltas totais. Para isso, basta aplicar a fórmula:

Absenteísmo = horas perdidas x 100 / horas totais

Dessa forma, é possível encontrar a taxa de absenteísmo na sua empresa. Lembrando que o ideal é que cada organização considere a sua maturidade e o momento de negócio, sempre buscando colocar metas para diminuir esse indicador.

Qual é o valor ideal para esse índice?

Não existe um índice ideal de absenteísmo, mas é possível entender até qual valor uma taxa é aceitável para a sua organização.

Para isso, é preciso avaliar a sua cultura, cenário econômico, posicionamento no mercado e segmento de atuação. Afinal, uma loja de departamento não terá o mesmo engajamento, presença e rotatividade que um hospital, por exemplo.

No geral, um índice próximo a 4% é considerado saudável. Contudo, se a taxa ultrapassar esse valor é interessante fazer um diagnóstico da empresa e buscar por soluções.

Como a tecnologia pode ajudar a diminuir o absenteísmo nas equipes?

Conhecer as principais causas do absenteísmo na empresa é o primeiro passo para diminuir o indicador nas equipes. A partir daí, o RH conseguirá elaborar soluções mais estratégicas em prol dos melhores resultados.

Para identificar esses pontos, a tecnologia no RH pode ser uma grande aliada! Afinal, ela permite automatizar demandas, realizar a coleta de dados, promover análises preditivas, mensurar indicadores e facilitar a comunicação empresarial.

Tudo isso é fundamental para aumentar a motivação e o engajamento. Como você sabe, quanto mais engajado for o quadro de pessoal, melhores serão os resultados alcançados. No médio e longo prazo, esse cenário contribui para manter a competitividade do negócio e a alta performance.

Como reduzir o absenteísmo na prática? Confira 5 dicas!

Como vimos, o diagnóstico prévio é essencial para a gestão de pessoas atuar de forma ágil e eficiente na redução do absenteísmo. Para fazer essa boa gestão, existem algumas práticas que podem ser adotadas. Confira!

1. Analise o perfil profissional e o fit cultural

Durante o processo seletivo, é fundamental que os recrutadores avaliem o perfil e o fit cultural dos candidatos. Isso porque, sem o alinhamento de expectativas e valores, o profissional contratado pode se sentir desvalorizado, ficando desmotivado com o tempo.

2. Acompanhe de perto as lideranças e a cultura organizacional

É natural algumas situações desagradáveis serem resultados da cultura organizacional, afinal, ela influencia diretamente o clima da companhia. Por esse motivo, é crucial que o setor de RH fique atento à cultura e auxilie as lideranças sempre que necessário.

3. Invista em ergonomia e no bem-estar das equipes

As condições de trabalho têm forte influência sobre a saúde física e a qualidade de vida dos funcionários. Por isso, investir em ergonomia, área de estudo que busca melhorar a relação entre os talentos e o ambiente laboral, e no bem-estar no trabalho é fundamental.

Além de valorizar o capital humano, isso evita danos à saúde física e mental, contribuindo para a redução do absenteísmo.

4. Mantenha os colaboradores engajados

Profissionais engajados são mais produtivos e fiéis ao negócio. Nesse sentido, é essencial que a área da gestão de pessoas crie iniciativas que os mantenham motivados e comprometidos com a organização.

Entre essas ações, destacam-se os planos de carreira, treinamento e desenvolvimento organizacional, definição de metas e jornada de trabalho flexível.

5. Adotar a cultura do feedback

Ter uma cultura de feedback dentro da instituição significa reduzir ruídos na comunicação, otimizar a assiduidade e aumentar o senso de valorização dos funcionários.

Afinal, eles terão um espaço para demonstrar suas insatisfações e pontos de melhoria, além de receber o reconhecimento de seus esforços e incentivos.

Qual a relação entre RH, saúde mental e absenteísmo?

O setor de Recursos Humanos é responsável por zelar pelos talentos de uma companhia. Isso acontece por meio de ações direcionadas às necessidades de cada equipe, bem como pela valorização do quadro de funcionários.

Essas iniciativas podem ter diferentes focos, sendo um deles o cuidado com a saúde mental. E, como vimos neste artigo, ela é uma das principais influenciadoras do engajamento, satisfação e comprometimento com o trabalho. Com isso, impacta não somente no absenteísmo, mas também em vários outros indicadores.

Desse modo, o RH torna-se um dos protagonistas na busca pela redução desse índice e da oferta de melhores condições trabalhistas.

O que é NR17 e qual a relação com a ausência no trabalho?

A Norma Regulamentadora 17 (NR17) estabelece critérios para garantir condições de trabalho que promovam a saúde psicofisiológica dos colaboradores.

Para segui-los, é preciso ter atenção ao desempenho dos profissionais e ao seu comportamento durante o expediente. Além disso, é essencial que a empresa forneça instrumentos seguros e um ambiente saudável para o seu quadro de funcionários.

Uma boa dica, a fim de assegurar a saúde fisiológica, é fornecer móveis ergonômicos para o espaço corporativo. Já para contemplar a saúde psíquica, a empresa deve investir na promoção do bem-estar no trabalho.

Afinal, quando há um bom clima organizacional, o índice de absenteísmo, turnover e burnout diminuem, bem como a frequência de atrasos e faltas.

Qual a diferença entre presenteísmo e absenteísmo?

O presenteísmo acontece de uma maneira diferente do absenteísmo. Nele, o colaborador não se ausenta fisicamente, como no caso do absenteísmo, mas se resigna em suas funções. Inclusive, o presenteísmo está muito relacionado com o fenômeno do quiet quitting (demissão silenciosa).

Em geral, as pessoas que apresentam esse comportamento costumam não se dedicar mais às tarefas e perder a concentração com facilidade. Ou seja, embora presentes no trabalho, o funcionário não consegue se sentir engajado com as suas atividades.

Isso pode acontecer por questões emocionais, problemas pessoais, sobrecarga de demandas ou alto nível de exigência, por exemplo, que levam ao estresse.

Qual a diferença entre turnover e absenteísmo?

Embora frequentemente relacionados, turnover e absenteísmo são métricas de RH diferentes. O turnover busca mensurar a saída de pessoas do quadro de funcionários da empresa, ou seja, a rotatividade de pessoal.

Por meio dele, é possível entender as taxas de permanência e evasão de colaboradores, observando a relação entre desligamentos, demissões e admissões.

Dessa forma, a diferença entre absenteísmo e turnover está na própria essência do indicador. Enquanto o primeiro se refere a faltas e ausências, o segundo tem como base a entrada e saída de profissionais de uma empresa.

Chegamos ao final deste artigo e, agora, você já sabe o que é absenteísmo, como calculá-lo e quais são os seus impactos para o negócio. Mas não pare por aqui! Confira também nosso infográfico sobre como reduzir o turnover da sua empresa.

Autor
A Redação Selpe é responsável pela produção interna de conteúdos, unindo a expertise do time de Marketing e Dados com os conhecimentos da nossa equipe de especialistas em RH.
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