Etarismo: o preconceito e a idade nas empresas

Etarismo: o preconceito e a idade nas empresas

O etarismo é uma via de mão dupla. Assim como profissionais mais velhos podem ser julgados pela idade e proximidade da aposentadoria, pessoas muito novas podem sofrer julgamentos pela falta de experiência e imaturidade.

A estimativa da expectativa de vida da população brasileira vem crescendo desde 1940, segundo dados do IBGE. Dos 45,5 anos de décadas atrás, os brasileiros vivem hoje cerca de 31 anos a mais, chegando, em média, aos 76,6 anos de idade.

Essa longevidade apresenta novos desafios e oportunidades para o mundo organizacional, que foi construído baseando-se, no geral, em estereótipos de relação juventude versus vigor.

Entender essa forma de preconceito é fundamental para que as empresas organizem melhores políticas de promoção à aproximação intergeracional entre colaboradores.

Quer entender mais sobre etarismo e como ele se manifesta nas relações? Continue conosco na leitura deste blog post!

Mas, afinal, o que quer dizer etarismo?

O termo etarismo foi usado pela primeira vez pelo médico gerontologista Robert N. Butler para conceituar a discriminação contra idosos. Ele é conhecido por seu trabalho sobre as necessidades sociais, os direitos dos idosos e por suas pesquisas sobre envelhecimento saudável.

Com o aprofundamento dos estudos, esse conceito passou a ser usado para designar todo e qualquer preconceito baseado na idade.

Designar aptidões e habilidades baseando-se somente na faixa etária dos indivíduos é uma forma de segregação, afinal, apoia-se em estereótipos pré-estabelecidos que podem não corresponder com a realidade.

Imagine a seguinte situação: uma líder é designada para conduzir uma importante reunião com diretores e acionistas de uma multinacional. Apesar de se preparar ao longo da sua jornada profissional e estar apta para essa tarefa, quando chega ao local ouve comentários como “ela é muito jovem, não sabe o que está falando”.

O contrário também pode acontecer! Um experiente profissional sênior reúne-se com jovens de uma startup de tecnologias. Apesar de atualizado e capacitado para tratar do tema, é julgado como “ultrapassado” pelos jovens.

Nos dois exemplos podemos notar como estereótipos baseados na aparência e na idade podem gerar visões distorcidas da realidade, configurando o etarismo.

O que pode ser feito para evitar o etarismo nas empresas?

À medida que a população de idosos aumenta, encontrar maneiras de minimizar o etarismo é cada vez mais importante.

O envelhecimento cronológico não é impeditivo para a realização plena da atividade intelectual, física e cognitiva da população mais velha. Afinal, a concepção de velhice e conceitos a ela relacionados estão associados a construções sociais iniciadas em épocas em que a visão sobre a terceira idade tinha como referência uma expectativa de vida próxima aos 45 anos.

Criar formas para evitar conflitos entre gerações

Minimizar as distâncias dentro das organizações é um importante passo que precisa ser aplicado, pois a divisão entre os colaboradores de diferentes gerações pode ocasionar uma tensão entre os grupos.

Essa tensão surge pois os mais novos podem sentir-se intimidados frente à experiência dos mais velhos e inseguros quanto ao retorno do seu trabalho. Da mesma forma, os mais velhos podem sentir-se intimidados pelo potencial que trazem os mais jovens.

Reduzir as diferenças salariais

É necessário também minimizar as disparidades salariais e as maiores dificuldades de se recolocar no mercado de trabalho. Afinal, profissionais mais jovens costumam ter pretensões salariais menores em relação aos profissionais mais experientes, além da maior disponibilidade de tempo para dedicar à empresa.

Assim, ainda que profissionais sêniores tenham experiência e conhecimento, encontram dificuldades para a recolocação, visto os salários mais altos e a proximidade da aposentadoria.

Uma interessante iniciativa para melhorar a qualidade de vida e ocupar posições estratégicas dentro da organização foi organizada pela Credicard. O “Itaú viver mais” da Credicard 50+ almeja incluir a população com mais de 50 anos em seu banco de talentos. Além dessa iniciativa, a empresa conta com um programa para estagiários seniores.

Assim, é necessário encontrar o equilíbrio entre as estratégias para reter os trabalhadores engajados e produtivos de mais idade ao mesmo tempo em que amplia esforços para atrair jovens talentos e os desenvolve enquanto futuras lideranças.

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Autora
Etarismo: o preconceito e a idade nas empresas
Autora convidada
Amanda é graduanda em Letras – Tecnologias da Edição no CEFET-MG. Apaixonada por literatura brasileira, teatro e MPB.
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