Turnover na empresa: o que é e como reduzir com estratégia?


Você sabe o que significa o conceito de turnover na empresa? Ele representa um dos indicadores mais acompanhados pelo RH, e é usado para mensurar a rotatividade de pessoal.
Por meio dele, é possível acompanhar o clima organizacional, a eficácia da retenção de talentos, bem como de outros aspectos ligados à gestão de pessoas.
A rotatividade (alta ou baixa) tem impactos na empresa e no RH, os quais devem ser considerados na criação de novas estratégias. Mas, afinal, como calcular o turnover? Como ele afeta sua empresa e como reduzir esse indicativo?
Pensando em tudo isso, criamos um guia para você! Aqui, explicamos como a rotatividade de pessoal influencia no sucesso do negócio e como alcançar melhores resultados. Continue a leitura e tire suas dúvidas!
O que é e como calcular o turnover na empresa?
As ações de uma empresa precisam ser acompanhadas por meio de indicadores de desempenho. Desse modo, é possível subsidiar as decisões diárias com informações reais e fazer escolhas mais inteligentes e seguras.
O turnover é o indicador que mensura a saída de pessoas do quadro de funcionários da empresa, o que permite efetuar análises mais profundas. Para encontrar o percentual de evasão, a seguinte fórmula deve ser aplicada:
Turnover = funcionários que saíram da empresa / total de funcionários no mesmo período x 100
É importante evidenciar que não há um turnover ideal, pois pode variar bastante de acordo com cada segmento de atuação e a própria política de retenção da empresa. Ainda assim, é comum encontrar artigos que indiquem que o índice deve ficar em torno de 5%.
Existem diferentes tipos de turnover e, portanto, formas distintas para calcular a rotatividade. A seguir, listamos os principais. Confira!
Turnover voluntário
Como o próprio nome sugere, aqui, calculamos os desligamentos voluntários. Ou seja, aqueles em que o profissional pede para ser desligado do quadro de funcionários.
Esse tipo de turnover na empresa pode dizer muito sobre a gestão de pessoas, os benefícios oferecidos, o clima organizacional e a cultura organizacional.
Turnover involuntário
Já no turnover involuntário, nos referimos aos casos em que a gestão opta pela demissão de um funcionário. Isso pode acontecer por diferentes motivos, desde questões financeiras até falhas no recrutamento e seleção ou no processo de onboarding.
Turnover funcional
O turnover funcional pode parecer semelhante ao voluntário, afinal, nele um colaborador também pede por seu desligamento. Contudo, neste caso, o foco está em funcionários com baixo rendimento ou que correm risco de demissão.
Embora ainda indique evasão de pessoal, o turnover funcional pode ser “benéfico” por questões burocráticas. Afinal, o profissional desalinhado decide por si só pelo desligamento, “poupando” o RH e a liderança.
Além disso, nesses casos a empresa deixa de arcar com os encargos trabalhistas pertinentes ao processo de demissão.
Turnover disfuncional
Já o turnover disfuncional, por sua vez, é extremamente prejudicial para a empresa. Esse tipo de turnover indica o desligamento de profissionais com alto desempenho e grande potencial de performance.
Isso demonstra dificuldades na retenção de talentos, além de gerar prejuízos para a produtividade dos times e a necessidade de uma nova contratação.
Agora, vamos falar mais objetivamente sobre como calcular o turnover recente, anual e geral. Vamos lá?
Turnover recente
O turnover recente considera profissionais recentemente desligados da empresa, a partir do prazo estabelecido pela gestão. Pelo período curto de tempo, esse indicador pode revelar muito sobre a qualidade dos processos seletivos e do onboarding realizado.
Pensando em um período de quatro meses para ilustrar, o cálculo deveria ser feito da seguinte forma:
TN = (desligamento de profissionais com até 4 meses de contrato / quantidade de funcionários) x 100
Turnover anual
O turnover anual considera todos os desligamentos dos últimos 12 meses, oferecendo um recorte mais preciso sobre a organização. Afinal, considera um período maior de tempo, sendo menos influenciado por variáveis esporádicas.
Este cálculo pode ser um pouco mais complicado, pois considera desligamentos, admissões e o total de funcionários no início e no final do ano. Veja:
TN = Número de pessoas desligadas / (nº de funcionários no início do ano + Nº de funcionários no final do ano) ÷ 2
Turnover geral
O turnover geral traz uma visão macro sobre a empresa, sem recortes específicos de tempo. Contudo, ele pode ser realizado levando em consideração demissões voluntárias, involuntárias, funcionais ou disfuncionais, por exemplo.
Para calcular a taxa de turnover geral, o cálculo considera a relação entre admissões e desligamentos:
TN = (nº de admissões mensais + desligamentos mensais) / 2x total de funcionários
Agora que você já entende o que é turnover e como calcular, entenda como a rotatividade de pessoal pode afetar a sua empresa!
Como a rotatividade de pessoal afeta a empresa?
A rotatividade é algo natural, afinal, há sempre funcionários saindo e entrando nas empresas. Os motivos podem ser diversos, tais como aposentadoria, melhor oferta da concorrência, mudança na direção da carreira e assim por diante.
Então, qual é o problema? O fato é que, quando há uma elevada evasão, a companhia de um modo geral começa a sofrer diversas perdas.
A mais evidente é a do próprio capital intelectual, ou melhor, do know-how (conhecimento aplicado) carregado por um funcionário. Em algumas empresas, por exemplo, pode acontecer de um funcionário sair e levar seus clientes consigo, para a concorrência.
Também é possível destacar os impactos no orçamento, afinal, o desligamento envolve uma série de custos. Além da rescisão trabalhista, há a necessidade de investimentos no recrutamento e seleção, integração e treinamento de um novo contratado.
Além disso, um alto índice de turnover na empresa pode resultar em:
- influência negativa no clima organizacional;
- surgimento de conflitos e conversas paralelas;
- perda de competitividade;
- sobrecarga dos profissionais que ficaram.
Não por acaso, é cada vez maior o investimento das empresas na retenção dos seus profissionais talentosos — assunto que será abordado no próximo tópico. Desse modo, as organizações conseguem manter sua competitividade no mercado, bem como os clientes internos felizes e motivados.
Como reduzir o turnover na empresa?
Agora que você já conhece o conceito de turnover e quais os principais problemas relacionados, é hora de saber como combatê-lo!
A seguir, apresentamos 6 dicas práticas. Avalie qual melhor se adequa a seu contexto, orçamento disponível e modelo de negócio.
É importante que você as veja não como simples gastos, mas como importantes investimentos, capazes de otimizar os resultados empresariais.
1. Contrate pessoas com aderência à empresa
Em muitos processos de seleção, o foco está nos conhecimentos e habilidades de cada um dos profissionais. É preciso ir além disso e considerar os valores, afinidades e propósito de cada candidato.
Esses valores são aspectos inegociáveis dos colaboradores, dos quais jamais abririam mão. Busque alguém com valores similares aos da sua empresa para que, dessa forma, as chances de retenção sejam ainda maiores.
O Hegel Botinha, CEO da Selpe e Head de Transformação Digital, comenta:
“Um ponto fundamental é a empresa identificar e conectar o propósito dos colaboradores, é descobrir qual é o sentido e os valores desse colaborador, conseguindo estabelecer uma conexão de propósitos entre empresa e profissionais.”
2. Invista no bem-estar interno
O ambiente de trabalho é quase uma segunda casa, onde os funcionários passam a maior parte do seu dia. Então, por que não torná-lo mais agradável?
Além de contribuir para a própria força de marca, isso naturalmente também influencia na retenção. Afinal, colocar as pessoas à frente na lista de prioridades é essencial para proporcionar bem-estar profissional e pessoal.
Para começar, faça uma pesquisa de satisfação interna e descubra o que as pessoas que trabalham na sua empresa realmente gostam.
Depois, insira novos benefícios que tornem o clima de trabalho mais agradável, como horários mais flexíveis e móveis ergonômicos, por exemplo.
3. Facilite a comunicação interna
A comunicação tem um importante papel dentro da empresa, pois garante o alinhamento das equipes e a redução de erros operacionais. Sua falta, no entanto, abre espaço para “fofocas”, conflitos interpessoais e diversas falhas que poderiam ser facilmente evitadas.
Nesse aspecto, uma solução inteligente é a implementação de novos canais de comunicação. É possível destacar murais de recados, aplicativos mobile e sistemas especializados nesse tipo de demanda. A opção mais adequada pode variar de acordo com o perfil dos profissionais da empresa.
4. Incentive a liderança pelo exemplo
O fato é que muitas pessoas não pedem demissão da empresa, mas de suas lideranças. Muitos chefes ainda não se tornaram verdadeiros líderes, capazes de inspirar e engajar pessoas.
O motivo é simples: não são o exemplo no dia a dia.
Liderar pelo exemplo significa ser o que deseja ver nos profissionais, ou melhor, também colocar a “mão na massa”, abraçar os valores da companhia e entregar resultados. Líderes exemplares sabem ouvir e falar, cumprem horários, bem como organizam suas tarefas diárias.
5. Recompense pelos resultados
A falta de reconhecimento é um grande problema, especialmente quando falamos na retenção de talentos. Quando um profissional não é reconhecido, sente-se sem perspectiva de crescimento, motivação e, em algum momento, sem interesse em continuar na empresa.
Por isso, crie programas que beneficiem os profissionais que mais entregam resultados, como premiações pela performance, salários variáveis e um plano de carreira. Assim, todos entenderão que podem crescer, de acordo com o tempo de “casa” e resultados entregues.
6. Use ferramentas de assessment
O termo “assessment” vem do inglês e significa avaliação. Ele representa o diagnóstico das causas pelas quais os resultados desejados não estão sendo alcançados. Ao utilizar essa ferramenta, é possível agir e entender as motivações da equipe.
Nesse sentido, uma ótima dica é dar início a entrevistas demissionais, avaliações de satisfação interna ou de clima organizacional.
Por fim, busque identificar se os atuais profissionais estão felizes com seus líderes, remuneração, benefícios etc. Dessa maneira, será possível descobrir novas formas de estimular a motivação e, por consequência, reter talentos.
Veja, agora você está por dentro do assunto! Calcule o atual turnover em sua empresa, depois defina metas de redução que sejam inteligentes e realistas.
Para contribuir na modificação do status quo, aplique as dicas citadas neste post e continue monitorando os resultados, realizando ajustes ao longo do caminho, caso sejam necessários.
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