O que não fazer em uma demissão humanizada?
Você já ouviu falar em demissão humanizada? Apesar de já ter se popularizado, esse termo ainda é tabu entre muitos negócios. Afinal, dependendo do motivo, o desligamento de um funcionário pode ser um momento mais difícil e delicado para a empresa e para o colaborador. Será mesmo possível torná-lo mais leve e humanizado?
O que podemos adiantar é que não é uma tarefa fácil para o setor de Recursos Humanos e para as lideranças, mas o desligamento humanizado é necessário para minimizar qualquer tipo de impacto.
Quando feito da maneira correta, esse processo pode contribuir para a marca empregadora frente ao mercado e, até mesmo, zelar pelo clima organizacional junto aos colaboradores que permanecem na companhia.
Quer saber mais sobre o assunto? Neste artigo, você vai entender melhor o que é demissão humanizada, por que ela é importante para as empresas e funcionários e como realizá-la. Continue a leitura!
O que é demissão humanizada?
A demissão humanizada é uma estratégia para tornar o desligamento de funcionários menos traumático e mais respeitoso. Para isso, o RH busca oferecer uma boa experiência a pessoa desligada e a própria empresa, a partir do cuidado, empatia, transparência e inteligência emocional.
Embora tenha ganhado força no século XXI, esse conceito chegou ao Brasil nos anos 1980. Ou seja, 2 décadas depois do seu surgimento, nos Estados Unidos, devido um desligamento em massa que ocorreu nas áreas de ciência e engenharia.
Um exemplo dessa estratégia é de uma grande empresa do ramo hoteleiro que se destacou após conduzir, de forma humanizada, as demissões de seus colaboradores durante a pandemia da Covid-19. Entre as suas ações, a companhia ofereceu ajuda na recolocação no mercado e a continuidade do plano de saúde por um determinado período.
Além disso, o fundador da empresa escreveu uma carta aberta aos profissionais demitidos, tornando claro os motivos das dispensas e lamentando pelo ocorrido. Como também, realizou, pessoalmente, o desligamento de cada funcionário.
Qual a diferença entre demissão humanizada e outplacement?
Apesar de ambos os conceitos terem focos parecidos — amenizar o difícil processo de demissão de uma empresa —, eles não são a mesma coisa. Por outro lado, apresentam objetivos complementares.
Enquanto a demissão humanizada busca trazer aspectos mais humanos para o desligamento de um colaborador, o outplacement visa ajudar o profissional desligado a encontrar novas oportunidades no mercado de trabalho.
Por que trabalhar a demissão humanizada?
Quando uma empresa investe em um processo de demissão humanizada, os efeitos da dispensa podem ser menos negativos para ambos os lados. Inclusive para os colaboradores que permanecem na organização, como vimos no tópico anterior.
Afinal, o desligamento humanizado reduz a tensão entre o ex-colaborador e a companhia. Isso faz com que ele se sinta mais acolhido e compartilhe a experiência com outros colegas, como também, contribui para a manutenção do clima organizacional.
Segundo dados do Glassdoor, publicados no portal Você RH, a maneira como é realizada a demissão representa um fator decisivo para 65% dos profissionais quando vão avaliar uma empresa.
Veja, a seguir, outros impactos positivos da demissão humanizada para o negócio, colaboradores desligados e funcionários da empresa.
Para a empresa
- Melhora no clima organizacional.
- Redução de possíveis ações trabalhistas.
- Fortalecimento dos valores da empresa.
- Redução de turnover.
Para o ex-funcionário
- Fortalecimento da employee experience.
- Minimiza frustrações.
- Redução de casos de ansiedade relacionados ao trabalho.
- Ajuda na recolocação no mercado.
Para os profissionais que ficam
- Aumento no engajamento e produtividade.
- Senso de pertencimento.
- Redução de medo e incertezas relacionados ao trabalho.
Como realizar uma demissão humanizada?
Para que seja possível amenizar os impactos negativos do desligamento de funcionários, existe todo um processo de mudança nas ações realizadas. Confira, abaixo, como fazer uma demissão mais humanizada em uma empresa.
1. Planeje uma reunião discreta e individual
A demissão, por si só, já é um momento bem delicado e realizá-la de forma inadequada, como por e-mail ou na frente de um grupo, pode gerar uma frustração bem grande na pessoa demitida. Por isso, opte por reuniões individuais e mantenha o máximo de discrição possível.
2. Peça a liderança para dar a notícia
Por mais que o setor de RH apoie a liderança no desligamento dos colaboradores, nesse processo é importante que os líderes assumam uma responsabilidade maior. Afinal, uma liderança humanizada pode fazer toda a diferença nesse processo, já que ela tem uma relação mais próxima com o profissional.
Depois desse primeiro momento, promova uma conversa do ex-colaborador com a Gestão de Pessoas. Nesse diálogo, deverá ser apresentado os próximos passos em relação ao processo demissional.
3. Seja transparente e reconheça o talento
A transparência é um dos pilares mais importantes da demissão humanizada. Por isso, deixe claro e de maneira honesta os reais motivos que levaram a dispensa do funcionário. Mais do que isso, dê feedbacks reconhecendo e agradecendo o trabalho e contribuições bem feitas pelo profissional na companhia até o momento.
4. Tenha empatia
Se coloque no lugar dos ex-colaboradores, considerando o caso de cada profissional. Afinal, o desligamento pode envolver várias questões pessoais e situações delicadas. Dessa forma, conduzindo-o de forma empática, é possível tornar o processo mais leve e humanizado.
5. Ofereça apoio
Oferecer auxílio às pessoas desligadas também é um passo crucial para realizar uma demissão humanizada. Isso pode ser feito por meio da ampliação do prazo de encerramento do plano de saúde ou ajudando na recolocação no mercado de trabalho, com uma carta de recomendação, por exemplo.
6. Dê ao funcionário a oportunidade de se despedir
Dependendo do motivo e do clima do desligamento, permita que o colaborador compareça à empresa para retirar os seus pertences, caso tenha, e se despedir da equipe. Isso ajuda a tranquilizar quem fica, como também, desperta mais tranquilidade para a pessoa se desligar da empresa.
O que NÃO fazer em uma demissão humanizada?
Para garantir que a demissão humanizada seja realmente realizada de forma cuidadosa e respeitosa, separamos algumas dicas sobre o que NÃO fazer nesse momento. Vamos lá?
- Demissão em massa: essa decisão nem sempre cabe aos líderes diretos e, às vezes, nem mesmo aos próprios fundadores de uma empresa, como foi possível observar em alguns casos que ocorreram na pandemia. Mas, sempre que possível, a demissão em massa deve ser evitada. Pois, essa demissão costuma ser menos empática e mais impessoal, o que pode ser considerado um desrespeito com os profissionais.
- Demissão impessoal: a ausência da discrição e do olho no olho durante o anúncio da decisão pode acarretar vários prejuízos para o negócio, incluindo ações trabalhistas.
- Demissão sem justificativa: como vimos, a explicação é essencial para a realização de uma demissão humanizada.
- Demissão surpresa: nunca convoque um funcionário para uma determinada reunião de equipe ou processo com a intenção de demiti-lo.
Chegamos ao final desse artigo e, como vimos, além de reduzir os efeitos negativos do desligamento e gerar impactos positivos para a empresa e para os ex-colaboradores, a demissão humanizada pode ser uma estratégia de employer branding.
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