Liderança feminina nas empresas: entenda a importância e os principais desafios

Liderança feminina nas empresas: entenda a importância e os principais desafios

Você já parou para pensar sobre a importância da mulher no mercado de trabalho? Cada vez mais, a busca pela equidade e respeito tem se tornado prioridade em muitas empresas. Pensando no papel social e econômico da mulher, criar oportunidades em cargos de liderança feminina é fundamental.

Mais do que isso, é preciso entender os desafios vivenciados pelas mulheres no mundo corporativo, além de buscar estratégias para promover mais equidade de gênero nas empresas. Por isso, neste artigo, vamos apresentar as principais características da liderança feminina e seus desafios. Vamos lá?

Liderança feminina no mundo corporativo

Dados do IBGE apontam que as mulheres têm menor inserção no mercado de trabalho e na vida pública. Isso é refletido também quando falamos em liderança feminina no mundo corporativo.

A pesquisa Women in Business 2021 revela um cenário otimista, em que 31% dos cargos de alta gestão são ocupados por mulheres, em uma crescente em relação aos anos anteriores. Essa informação vai ao encontro de dados fornecidos pelo Ministério da Economia, que indicam que as mulheres ocupam 42,4% das funções de gerência.

Porém, essa evolução da mulher no mercado de trabalho ainda é lenta e gradual e, segundo o Fórum Econômico Mundial, são necessários 202 anos para equiparar essas diferenças. Esse desafio pode ser comprovado ao observar que quanto maior a posição dentro das organizações, menor é a participação feminina, sendo apenas 13,9% da diretoria corporativa.

Tudo isso é fruto de questões históricas e culturais que perpassam o machismo e o descrédito em relação à atuação feminina em diversos setores da sociedade. Mas há muitas outras dificuldades percebidas no dia a dia do trabalho e que devem ser contornadas pelas empresas. Veja só!

Os principais desafios da mulher no mercado de trabalho

Histórico de desigualdade nos cargos de liderança

Como sabemos, na nossa sociedade existe uma tendência ao patriarcado, em um histórico de não inserção das mulheres no mercado de trabalho — tradicionalmente, o feminino foi sempre associado ao cuidado com a casa e a família. Mas, nas últimas décadas, grupos a favor dos direitos das mulheres vem se movimentando para transformar essa realidade.

Hoje, elas já ocupam muitos espaços em que antes não viam oportunidades, como a escola, a universidade e as empresas. Porém, a ascensão na carreira ainda é um grande desafio.

Afinal, muitas organizações já admitem mulheres em suas equipes, mas não investem em planos de carreira rumo à liderança. Isso faz com que esses espaços sejam ocupados, em maioria, por homens, diminuindo a representatividade feminina e as políticas de inclusão.

Questões culturais

Infelizmente, por questões culturais, o preconceito e o descrédito em relação às capacidades das mulheres é uma realidade no espaço de trabalho. Mas os impactos vão muito além das chances de ascensão de carreira: há ainda o desrespeito e o assédio sofrido por muitas.

Embora já existam soluções previstas em lei para situações como essas, o machismo enraizado em nossa sociedade ainda contribui para o agravamento de diversos desafios.

Em cargos de liderança feminina isso pode ser percebido de forma ainda mais evidente, pois envolve muitas responsabilidades e decisões estratégicas. Dessa forma, eventualmente, liderados ou diretores tendem a questionar escolhas ou desrespeitar sua autoridade.

Demandas e responsabilidades pessoais

É comum, pelo menos no Brasil, que as mulheres assumam uma jornada dupla de trabalho: na empresa e em casa. Então, passam o dia realizando as demandas corporativas e, ao final do expediente, cuidam do lar e da família.

Esse é um grande desafio pois compromete o descanso dessas profissionais, além de reduzir o tempo disponível para se dedicarem à cursos e capacitações. Por outro lado, é frequente que homens se desvinculem dessa responsabilidade, tendo mais condições para investir em si mesmos e na carreira.

Desigualdade salarial

Por fim, um dos grandes desafios da mulher no mercado de trabalho é a desigualdade salarial. É bem provável que você já tenha presenciado uma situação como essa, não é?

Um estudo realizado pela Organização Internacional do Trabalho (OIT) revelou que mulheres em cargos de liderança recebem apenas 60% do valor conferido a salários de homens brancos no mesmo cargo. Já para mulheres pretas a situação é ainda pior: a remuneração é equivalente a cerca de 40%.

Além disso, segundo ranking de equidade salarial para cargos similares, realizado pelo Fórum Econômico Mundial, o Brasil ocupa a posição 132 dentre 149 nações. Na América Latina, está na 25ª posição em 26, estando a frente apenas da Guatemala.

Essa é uma grande barreira a ser superada. Afinal, não existem motivos para que, em uma mesma função, as horas de trabalho de uma mulher sejam menos valorizadas em relação às de um homem. Isso, mais do que injusto, é um empecilho que, muitas vezes, afasta profissionais de grandes empresas.

As características e vantagens da liderança feminina nas empresas

A pesquisa realizada pela Organização Internacional do Trabalho mostrou ainda que mais de 70% das empresas vivenciaram um aumento de 5% a 15% nos lucros ao investir na contratação de lideranças femininas. Isso porque apostar no desenvolvimento de carreira dessas mulheres significa investir também em suas competências de destaque.

Esses dados chamam atenção para a necessidade de investir em políticas de desenvolvimento para grupos minorizados. Afinal, é preciso oportunizar a ascensão de carreira, mas também garantir igualdade em direitos.

Conheça abaixo algumas das principais características e vantagens de investir na liderança feminina nas empresas!

Mas lembre-se: cada pessoa tem um estilo próprio de liderança, que é desenvolvido ao longo de sua trajetória pessoal e de carreira. Aqui, vamos apresentar apenas algumas tendências comportamentais e que podem fazer sentido para a sua equipe! Vamos lá?

Resiliência

As mulheres são, desde muito jovens, ensinadas a solucionar problemas e lidar com adversidades no dia a dia. Isso tanto em relação ao seu papel e lutas na sociedade, quanto em suas experiências no mundo corporativo.

Por esse motivo, existe uma tendência de que o público feminino seja mais resiliente e, por isso, mais paciente e capaz de buscar soluções estratégicas e eficientes.

Comprometimento e atenção aos detalhes

Por já enfrentarem inúmeros desafios na carreira, é comum que lideranças femininas apresentem um grande comprometimento e atenção aos detalhes, para evitar falhas.

Por isso, equipes guiadas por mulheres tendem a realizar entregas com maior capricho e cuidado, impulsionando resultados.

Flexibilidade

Uma habilidade comportamental muito importante é a flexibilidade, ou seja, a adaptabilidade a diferentes contextos. Nas mulheres, essa é uma competência de destaque, pois precisam equilibrar constantemente carreira e vida pessoal, encontrando diversos desafios no caminho.

Pensando na junção da flexibilidade, resiliência e comprometimento, uma nova habilidade se destaca: a de encontrar alternativas, explorar a criatividade e solucionar problemas de forma ágil.

Tendência à cooperação e ao trabalho em equipe

Em função de uma maior disposição para aprender, realizar mudanças e alcançar os melhores resultados, é comum que líderes mulheres contem ativamente com o apoio da sua equipe para cumprir metas.

Essa característica revela que existe uma maior tendência ao trabalho em equipe, à busca por soluções conjuntas e à cooperação. Além disso, metodologias de gestão, como a troca de feedbacks, costumam ser melhor aplicadas em equipes com boa abertura e comunicação.

Boa desenvoltura para o relacionamento interpessoal

Uma das soft skills mais importantes para a liderança é saber se comunicar e ter um bom relacionamento interpessoal. E, como sabemos, a nossa sociedade busca moldar mulheres para que desenvolvam habilidades comportamentais que envolvem o diálogo, a empatia e o cuidado.

Por esse motivo, lideranças femininas apresentam maior tendência a praticar a escuta ativa, além de ter melhor abertura para feedbacks e mudanças e boa desenvoltura para realizar negociações.

Representatividade

Apostar no potencial da liderança feminina é uma ótima maneira de impulsionar a representatividade na sua empresa. Afinal, quanto maior a participação das mulheres e outros grupos minorizados na organização, mais iniciativas serão realizadas e mais grupos irão se identificar com sua cultura e propósito.

Saiba como a sua empresa pode contribuir para que existam mais lideranças femininas no mercado de trabalho

Todas as empresas podem (e devem!) promover ações para impulsionar a liderança feminina no mundo corporativo, criando oportunidades de desenvolvimento profissional e ascensão de carreira.

Para isso, criar programas de liderança focados em mulheres ou processos de recrutamento específicos para contratação de grupos minorizados é uma estratégia fundamental. Mas há muito mais a fazer para lutar pela evolução da mulher no mercado de trabalho!

Quer saber mais? Aproveite sua visita ao blog para conferir o artigo “A mulher no mercado de trabalho: como eliminar o preconceito de gênero nas organizações”!

Autora
Liderança feminina nas empresas: entenda a importância e os principais desafios
Autora convidada
Bárbara Machado é formada em Jornalismo, apaixonada pela escrita e por adquirir novos conhecimentos. Gosta de estar com a família e amigos, viajar e praticar atividades ao ar livre.
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