Gestão Horizontal e Vertical: diferenças, vantagens e como escolher o melhor modelo

Gestão Horizontal e Vertical: diferenças, vantagens e como escolher o melhor modelo

A maneira como uma empresa organiza sua hierarquia impacta diretamente na tomada de decisões, na produtividade e até na satisfação dos colaboradores.

Entre os principais formatos estão a gestão horizontal, marcada pela redução de níveis hierárquicos e maior autonomia das equipes, e a gestão vertical, caracterizada por estruturas mais tradicionais e centralizadas.

Neste artigo, você entenderá o que é cada modelo, quais são as vantagens e desvantagens de cada um, e como escolher o mais adequado para o perfil da sua organização.

Gestão horizontal: definição e conceito

A gestão horizontal trata as tomadas de decisão de forma descentralizada. Um equívoco geralmente cometido a respeito da gestão horizontal é que ela seja um modelo no qual não há ordem e as pessoas fazem o que bem entendem.

É importante ficar claro que gerenciar horizontalmente não é o mesmo que deixar de gerenciar.

O que acontece é uma melhor delegação de tarefas, gerando assim, para cada colaborador, a possibilidade de tomar decisões a respeito de como executar as tarefas propostas, de sugerir outras formas de realizá-las e, até mesmo, de sugerir algo novo.

Em vez de chefe, as equipes passam a ter facilitadores. Esses profissionais, de certa forma, ocupam cargos ou assumem funções diretivas, mas sem as mesmas prerrogativas que os chefes tradicionais costumam ter.

Eles podem, inclusive, receber críticas abertamente, sem que isso implique em quebra na disciplina ou motive algum tipo de punição.

Vantagens e desvantagens da gestão horizontal

Em uma visão mais ampla, a gestão horizontal tem como principais vantagens:

  • tornar mais claros os processos para os colaboradores;
  • deixar as pessoas mais à vontade para fazer sugestões, críticas construtivas e propor melhorias;
  • estimular a iniciativa empreendedora, já que as decisões tomadas em grupo favorecem a atuação dos que realmente querem apresentar soluções;
  • favorecer o engajamento, já que há menos entraves burocráticos em função do menor grau de formalidades.

Como desvantagens, podemos destacar:

  • dificuldade em gerenciar processos, mais sentida em momentos de crescimento;
  • se a comunicação falhar, líderes podem se sentir desprestigiados e colaboradores desorientados a respeito do que fazer.

Exemplos de aplicação na prática

Quando uma empresa opta pelo regime de trabalho em que as equipes decidem os próprios rumos, apoiadas em uma figura de referência, geralmente os resultados se refletem em melhoria nas performances e nos relacionamentos.

Há, inclusive, casos de empresas que vêm registrando contínuo crescimento em função do aumento de produtividade proporcionada pela gestão horizontal.

Um bom exemplo disso é a The Morning Star Company, uma empresa norte-americana de processamento de tomates. Nela, toda pessoa deve fazer o que se chama de CLOU (Colleague Letter Of Understanding), um plano operacional para a consecução da missão de cada um.

Já na também norte-americana Gore, empresa que fabrica diversos tipos de componentes tecnológicos, todo novo contratado escolhe o que eles chamam de sponsor. Embora o termo seja normalmente associado a patrocinadores, na empresa ele funciona mais como um padrinho.

Assim, ele é alguém para quem novos colaboradores pedem conselhos, expõem dúvidas ou revelam possíveis insatisfações. Na hora em que quiserem, eles podem trocar de sponsor, se entenderem que isso pode ser mais útil para seu desenvolvimento.

Gestão vertical: definição e conceito

O modelo vertical é predominantemente hierárquico. É a forma de se organizar empresas que vem acompanhando as corporações desde a Primeira Revolução Industrial.

Nesse tipo de gestão, portanto, as pessoas estão sempre subordinadas às ordens de um superior na cadeia de comando.

Na gestão vertical, a liderança é mais imposta e menos sugerida. Os profissionais em posição de comando é quem concentram o poder de decisão. Mesmo assim, o padrão de organização verticalizado não exclui, totalmente, a participação do colaborador na empresa.

Seu empoderamento pode ser materializado de outras formas, como na compra de ações, o que o torna, automaticamente, dono de parte da empresa.

Ainda neste modelo, a hierarquia é claramente disposta na forma de organogramas e esquemas nos quais as posições de chefia não são divididas.

Normalmente, cabe a apenas um único profissional a tarefa de determinar prazos, metas, fluxos de trabalho e outras competências.

Ademais, a administração da empresa é repartida em níveis e subníveis, cada um subordinado ao que está acima no organograma empresarial.

Vantagens e desvantagens da gestão vertical

A gestão vertical, assim como a horizontal, pode funcionar para algumas empresas, mas em outras se revelar não muito eficaz. Caberá aos líderes decidirem conforme o perfil do negócio, podendo até mesmo adotar modelos híbridos de gestão.

De forma isolada, a gestão vertical apresenta como vantagens:

  • facilidade na delegação de tarefas;
  • colaboradores se sentem mais seguros em relação ao desempenho de suas tarefas;
  • tempo de decisão é mais rápido, desde que os chefes coloquem princípios acima da personalidade;
  • abre-se mais espaço para profissionais mais especializados (que, dificilmente, encontrariam pares em equipes niveladas);
  • mais clareza nos canais de informação.

Vale citar também que, em empresas que operam na cadeia de suprimentos, construção ou que dão sequência em grandes operações logísticas, a gestão vertical é a mais adotada, pois torna a execução das tarefas menos sujeitas a interferências.

Entre as desvantagens desse modelo de gestão, algumas se destacam:

  • “engessamento” de iniciativas empreendedoras por parte de subordinados;
  • maior dependência às decisões de um único profissional;
  • decisões equivocadas tendem a gerar reflexos em toda a hierarquia, em uma espécie de efeito cascata.

Comparativo: Gestão Horizontal x Gestão Vertical

Afinal, qual é a melhor opção: gestão horizontal ou vertical? Não existe um modelo melhor para todas as empresas.

A escolha dependerá do tamanho, da cultura e dos objetivos de cada organização. Gestão horizontal favorece inovação e agilidade, enquanto a vertical oferece mais controle e clareza.

Aspecto Gestão Horizontal Gestão Vertical
Hierarquia Poucos níveis, estrutura mais plana Muitos níveis, estrutura mais rígida
Tomada de decisão Descentralizada, com autonomia das equipes Centralizada, decisões dos gestores
Comunicação Horizontal e direta entre equipes Vertical, passa por vários níveis
Flexibilidade Alta, rápida adaptação às mudanças Baixa, processos mais burocráticos
Adequação para Startups, equipes criativas e pequenas empresas Empresas tradicionais, grandes corporações
Vantagens Agilidade, inovação, motivação da equipe Controle, clareza de funções e responsabilidades
Desvantagens Pode gerar confusão na responsabilidade Lentidão na comunicação e decisões

 

Como você viu, mais do que avaliar comparativamente a gestão horizontal e a gestão vertical, cabe às empresas adotar o modelo mais coerente com a realidade e necessidades de negócio, avaliando os prós e contras de cada um.

Independentemente de a sua empresa adotar a gestão horizontal ou a vertical, não deixe de acompanhar as tendências na área. Quer uma dica? Siga nosso perfil no LinkedIn. Estamos sempre postando dicas e novos conteúdos por lá. Até a próxima!

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